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Honestamente ignorantes ou estúpidos assumidos?

De vez em quando surgem coisas que me fazem duvidar da sanidade e coerência do mundo que me rodeia e, em último caso, da minha própria sanidade e coerência.




Assumidamente ainda não percebi se o actual governo nos crê honestamente ignorantes ou estúpidos assumidos.

Sou absolutamente favorável à intervenção do Estado na vida pública, nomeadamente em áreas como a Energia, Segurança, Saúde, Justiça e Educação, nas suas mais variadas nuances e sub áreas.

O Estado deve ser financiado por quem da sua actuação desfruta, e é seu direito (e dever) fazer boa cobrança do que a ele - a todos - é devido.

Haja imaginação, que onde fazer colecta não é problema para os nossos governantes.

Mas, por outro lado, não posso aceitar uma interferência estatal no que às liberdades, escolhas e opções pessoais diz respeito. Exceptuando, claro está, quando o bem-estar dos outros é colocado em causa.

Todo e qualquer listagem, aspirante a índex, cheia de shoulds e shoulds not, naquilo que só a mim e ao meu livre arbítrio dizem respeito, fazem-me urticária.

A seguinte lista, pomposamente identificada com o nome de Limitação de produtos prejudiciais não é nada mais que isso.

Mas o que mais me irrita é a hipocrisia da coisa: se são prejudiciais, são prejudiciais sempre. Retire-se das escolas e dos hospitais mas, de forma coerente, retire-se de todo o lado!

Não nego a boa intenção do legislador, que alimentos mais açucarados e mais ricos em gorduras e sal, num consumo abusado e reiterado, são prejudiciais à saúde no médio e longo prazo, e que isso irá acarretar custos no tratamento de doenças e maleitas futuras. Mas proibir, de forma seletiva, os locais onde esses alimentos estão disponíveis ao consumo do público é hipócrita.

E com essa dose de incoerência e hipocrisia, sinto que há uma clara interferência com a minha liberdade de escolha.

Gluten and sugar free, 100% vegan.

Por outro lado, canábis para fins medicinais (nada contra), permitindo a cultura caseira (também ela para consumo com fins medicinais, suponho). De novo, nada contra.

Como escreveu o Luís Aguiar-Conraria, no Observador:
"Os  efeitos positivos são visíveis: aumenta-se a liberdade das pessoas, reconhecendo que são adultos capazes de tomar decisões, e aumentam-se as receitas fiscais em centenas de milhões de dólares".

Afinal o Estado crê que podemos ser adultos capazes de tomar decisões.
Mas não deixa de ser curioso que o sejamos em relação à canábis e não em relação ao açúcar e ao sal.

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